Há uma percepção por parte de blogueiros que escrever dois "posts" em um mesmo dia, um deles, o penúltimo ficará sem atenção por parte dos leitores. Na prática isso pode de fato ocorrer. Mas hoje ao me levantar e meditar nas coisas de Deus, algo que nos últimos anos, dois ou três no máximo, faço uma prática constante ou seja, lembrar dos fatos e episódios bíblicos e não dos versículos fora do contexto, lembrei do caráter da adoração.
Adorar é cantar apenas as músicas e canções gospels modernas e de bordões que pregam em nossa mente? Ou será cantar os hinos tradicionais evangélicos? Ou ainda de forma mais radical ouví-los sem percussão ( bateria, etc ) só com órgão ou piano como alguns excêntricos irmãos defendem e fazem? Há mesmo os que se auto intitulam "ministros de louvor"? Se há eles têm alguma relevância? Ou tudo isso se transformou em um grande negócio, um bom negócio, colaborando para o surgimento de celebridades com poder de opinião, uma mistura estranha entre artista, pessoa famosa e pastor ( pastora )?
Há palavras ligadas a esse procedimento rigorosamente humano, como celebrar, festejar, cantar, exaltar, etc, normalmente feitas e direcionadas também a outros seres humanos. Não são poucas as festas dedicadas a alguém como homenagem legítima a essa pessoa ( e fazemos muito bem isso na maioria das vezes ), celebração por um a vitória de grupo ( time, empresa, família, etc ). Soube-se há poucos anos que o sucesso de um grande assalto a um banco no Brasil, o maior roubo de todos os tempos, foi festejado pela quadrilha, ou por um dos integrantes, com muita bebida e churrasco para todos os seus vizinhos ( sem que eles soubessem claro ) o que redundou em prisão do infantil festeiro.
A vida do homem não lhe é dada para gastar para si mesmo, isso é algo claro em toda a Sagrada Escritura. Três coisas determinam a vida de um ser humano e decorrentemente por elas será julgado:
Adoração,
testemunho e
justiça.
Por adoração entenda-se o reconhecimento de quem Deus seja.
Por testemunho a comunicação aos outros de quem Deus é e do que vimos Ele realizar.
Justiça ( não a justiça própria ) a ação que direcionada a todos os demais seres humanos, produz a correção da situação injusta predominante nesse mundo.
Daria para fazer um estudo bíblico em cima desses três pontos ( o farei em outra oportunidade se Deus o desejar e permitir ).
Com base nessa reflexão vemos que a questão denominacional passa longe da avaliação de espiritualidade de alguém.
Para mim um calvinista está errado em muitos pontos e para um calvinista, eu como arminiano estou igualmente errado em muitas questões, embora o que nos une é o amor e esperança de salvação no mesmo Senhor graciosamente. Mas não basta trocarmos de lado ( supondo-se que um de nós esteja mais certo que outro ), pois pelo critérios acima podemos ambos estarmos incluídos ou excluídos.
Como ser um adorador, e a o Senhor Jesus disse que o Pai procura verdadeiros adoradores nesse mundo, se após cantar, tocar, gritar, estriônicamente, reclamo da chuva, da lama, do calor ou do frio? Se não me lembro de reconhecer especificamente que tudo que recebo, todas as as experiências, as mais pueris, vêm todas das mãos de Deus?
E não basta dizer de forma difusa que todas vêm de Deus, mas reconhecê-las no coração, cada uma delas. Essa é a diferença! Comprei um carro, como adorar a Deus pelo carro? Simplesmente colocar um adesivo ( nada de errado ou contra ) que diz "Foi Deus que me deu!", "Presente de Deus" ou no coração saber que a inteligência dada a cada pessoa que contribuiu para a sua invenção, as famílias e filhos que constituíram os donos, os assionistas, os mecânicos, os materiais como aço, plaśtico, o combustível, tudo foi providenciado por Deus, para que agora eu andasse confortavelmente ( ou pelo menos mais um pouco ) que no "burrinho BMW" depois de um suco de laranja estragado ou com álcool que os dois cantores-pastores-celebridades, citaram hilária, hipotética e ignorantemente?
Como ser um adorador de fato? Se Deus os procura?
Testemunha é algo de mais fácil apreensão, que convida, que conta alguma coisa acerca da igreja, fala de sua fé , aparentemente é uma testemunha de Cristo, embora não seja apenas isso, de forma raza e simplista.
Já a justiça a ser exercida em relação ao mundo, as pessoas, é outra coisa em que falhamos muito, não sabendo por onde começar e como agir na maioria das vezes. Há não poucos crentes e pastores e líderes que nesse quesito não sabem a diferença entre a mão esquerda a direita. Isso é facilmente percebido ao darem opiniões sobre outros assuntos, fazerem julgamento, darem conselhos, e ao tentarem intervir em situações do cotidiano. A não poucos crentes, pastores, que só dá para suportá-los até a porta da igreja, passando dali fica insuportavel ouví-los sobre qualquer outro assunto. A sua justiça deve em muito para mundanos, incrédulos, até ateus, expostos aos mesmos desafios. Em provérbios vemos que há justos que procedem como injustos e injustos que procedem, agem como justos. É patente o erro de julgamento do grande profeta Jonas, o pregador mais bem sucedido de toda a Bíblia.
Por essas e por outras, Deus não está nem aí para os limites denominacionais e teológicos. Ele não nos vê como vemos a nós mesmos e aos outros. E o Seu critério e ordem de prioridades, coisas que são de fato mais importantes, é o único correto.
Quem de nós exerce a justiça após conhecê-lo?
Quantos de nós somos de fato testemunhas efetivas dEle?
Quem de nós o adora de fato e de verdade?
Recuperemos o sentido de adorá-Lo, pois não depende de ter uma grande voz, ter alguma grande posse, tocar exprendidamente um instrumento, ter talento para compor melodias, arranjos e poesia que o exaltem, mas pode ser tudo isso. Entretanto parece tao fácil perder a essência da coisa, como cantor, compositor, instrumentista, artista, celebridade, enfim perder o foco.
A adoração, assim como a oração, perde muito de seu caráter quando feita publicamente, pode passar a ser em decorrência dos que estão a nossa volta, pela prisão da liturgia, pela expectativa dos que estão conosco e não de fato e do coração. A adoração como a oração pública deve ser apenas o resultado de algo que já aconteceu no coração. E tomando a dor como analogia, que segundo constatado pela ciência, não é registrada na mente, a adoração como incenso, sobe e se vai, não posso tê-la de novo, uma nova adoração real e verdadeira, deve ser produzida a cada momento. Uma frase de efeito, um velho hino, só constituem adoração a serem no momento de seu cântico, produzindo uma nova e original adoração. Logo nem é o novo e o velho, o desse modo ou de outro, mas algo bem menos trivial e sim, mais complexo e essencial. Não basta cantar uma canção ou um hino para ser adoração de fato. Não se pode ser um adorador por ser um grande intérprete. Dessa forma um simulacro de adoração pode ser feita a cada vez sem ser algo espontâneo e realmente novo e autêntico. Entendem?
Isso talvez seja mais grave mediado pela tecnologia e registro sonoro e de imagem. Será se todas as mulheres derramassem os seus perfumes aos pés de Jesus Cristo estariam de fato adorando-O como aquela mulher especificamente o fez? Dirigido por um diretor de imagem, alguém que grava um vídeo interpretando uma canção ou um hino estaria de fato adorando? Note que não estou afirmando que não está ( invalidando a benção da tecnologia como mídia e registro, nada disso ), apenas considerando que sempre estará só para fazê-lo desse modo?
Se não tenho liberdade para dizer o que diria a Deus, é legítima a "adoração" no "Caldeirão do Hulk" ou a cantora está totalmente equivocada e maravilhada com a possibilidade do mundo estar se redendo ao "evangelho" e de fato não está nesse caso? São coisas a serem pensadas de fato e seriamente.
Algo é certo, somos resgatados para sermos ADORADORES. Não há como ser crente, filho e filha de Deus, sem prestar-Lhe culto e adoração verdadeiras, em espírito. Não é um momento na restrita parte de um dia da semana, na igreja, mas em todos os momentos da nossa vida , a qual não sabemos quando terminará, mas que terminará fatalmente um dia...
O Senhor é digno, totalmente digno, perfeitamente digno de todo reconhecimento, reconhecimento indescritivelmente superior ao que a minha mente, conhecimento podem organizar e cujo coração, alma podem suportar sentir!
Devo-lhe adoração pelo que resultei a ser como indivíduo e pelo que Ele fez e criou em todo o universo! Por tudo o que fará em sua sabedoria e amor, por mim e por qualquer um!
Adorar não é bajular! Alguns têm a idéia estranha de um ser supremo que têm uma carência infantil de ser reconhecido, não é isso. Deus é o único que se basta a Si mesmo. Deus não precisa e não necessita da Sua criação, para nada. A adoração a Ele devida é uma justiça somente! Se o homem não O reconhece como o Deus que Ele é, não é Deus que perde ( Ele Deus não perde nada ) mas o homem perde a comunhão com Ele, se torna inimigo de Deus. Satanás é inimigo de Deus por ter reclamado reconhecimento a si mesmo, algo que deveria ser dado a Deus. Satanás é portanto um adorador de si mesmo e não adora a Deus pensando poder rivalizar com Ele ( Deus ) em algum atributo divino.
O homem que não reconhece a Deus é inimigo de Deus desse modo. Ateus não são ateus por suas opiniões, dúvidas, questionamentos, falta de provas, são adoradores de si mesmos, de suas imaginadas superioridades intelectuais, educacionais, lógicas e por isso são ateus. Teístas por outro lado, nem sempre são adoradores do Deus que professam alguma fé, mas das instituições religiosas que tradicionalmente seguem, de teologias particulares, de linhas de pensamento, tendo dessa forma, alguma forma de "deuses" diante de Deus, de fato.
A adoração é o ápice da comunhão com Deus e não o perdão. O perdoado adora a Deus e segundo palavras do próprio Senhor ama mais quanto mais é perdoado. Não que aparentemente crê ou compreende mais e melhor. Por duas ocasiões duas mulheres lavaram os pés de Jesus com um caro perfume,enquanto os donos das casas, embora cedessem o lugar e recebessem a Jesus em suas residências, não fizessem o mesmo.
Finalmente, por ora, adorar é uma atitude interna que pode ser percebida pelos outros, mas não necessariamente. A oferta da viúva só foi valorizada por Jesus. do mesmo modo a declaração de fé do Centurião, ou o reconhecimento público de Zaqueu. Aliás adorar é reconhecer, não é criar um fato, mas reconhecer quem Deus é! Se não alcançar de fato essa expressão, de forma sincera e real , pode ser tudo, barulho, expressão artística, profissão rentável, mas não é adoração de fato.
Deus nos ajude a acertar as nossas vidas.
Por Helvécio S. Pereira
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Originalmente publicado em
mensagem do pregador.
Hinos, louvores e barulho.
ResponderExcluirIvone Boechat
Antigamente, quando alguém passava na rua poderia ser alcançado pelo poder de Deus, ao ouvir a Igreja cantando um hino inspirado, com letra simples e profunda. Sempre a Igreja usou instrumentos musicais: violino, órgão, piano, ou acordeom... Quantas pessoas se converteram... ouvindo um hino, um coral, a música inspirativa ? Hoje, quem passa pela rua ou por fora do templo, não consegue ouvir nem a igreja cantando, coitada, ela até se esforça, grita, fica na ponta do pé, se esgoela, mas não vence o som altíssimo da bateria, estrondando e balançando lustres e vidraças, com 90 decibéis. Quem sabe até despencando o telhado.
Os educadores andam sobressaltados com tanta coisa que se esbarra na formação da futura igreja. Ela está aí e não venham dar a desculpa que não convence: “para conquistar os jovens é preciso liberar tudo, heresia na letra, barulho ensurdecedor, dança, som de danceteria, coreografia, porque o mundo está perdido e é preciso ceder”. A educação tem recursos para ajudar a por as coisas em ordem. Não precisa se contaminar com o mundo nem adoecer todo mundo com tanto barulho.
Os evangélicos têm hinos perfeitos, lindíssimos e inigualáveis e alguns “cristãos modernos” ficam esnobando esse acervo, chegando ao cúmulo de discriminarem e até substituírem os maravilhosos e inspirados hinários por “louvores” mal feitos, sem pé nem cabeça. Acham que louvar é fazer muito, mas muito barulho...! Quando se usa o som acima da capacidade auditiva, desequilibra, irrita e...pode até matar. Quem usa marca passo não pode ir à igreja. Os idosos estão sendo expulsos, as crianças, coitadas, sofrem..., e haja tímpano. Os cultos ultrapassam a 80 decibéis! Muitos irmãos não agüentaram e desapareceram dos barulhões que antecedem ao culto. Chegam mais tarde! Ou nem chegam.
“A minha casa será chamada casa de oração”. Mt 21:13
O ambiente na igreja deve ser próprio para a comunhão, para a oração, sim, para o louvor e não para um show que desarmoniza, incomoda, desprepara o cérebro para receber a mensagem. O cérebro desorganizado não está apto para gravar nada.
Por onde andam os corais infantis? Cadê os quartetos que cantavam nas Igrejas? Cadê os hinos lindos tradicionais ? Há igrejas que nem evangélicas são que estão tomando posse dos hinos do cantor cristão, da harpa e outros nossos hinários tradicionais, e afirmando que são hinos deles. Que eles cantem, tudo bem, cantemos juntos ao redor da terra, mas nunca, porque nós os desprezamos ou substituímos o belo pelo desarranjo.
“Parece-vos pouco o fatigares e provares a paciência dos homens? Agora quereis também abusar da paciência do meu Deus?” Isaías 7:13
Muito obrigado, enriquecedor, esteja a vontade para comentar sempre, um abraço, Deus a abençoe.
ExcluirMinistro de música
ResponderExcluir1. Toda pessoa tem o sagrado direito de frequentar os cultos e atividades da igreja e de sentir-se muito feliz, sereno, confortado, em qualquer idade.
2. O ouvido tem alta sensibilidade e suporta confortavelmente, por uma, duas horas, no máximo, 50 decibéis. Passou disso, além do mal que faz à saúde, incomoda muito.
3. Todo instrumento pode ser usado no louvor, mesmo sabendo que há aqueles próprios para o culto.
4. Culto não é show.
5. Não existe hino ou música velhos.
6. É preciso selecionar hinos próprios para cada ocasião, com mensagem, poesia, melodia, harmonia, ritmo. Ritmos assincrônicos desorganizam a química cerebral. Derrubam pessoas e até muros. Josué 6:20 Juízes 7:18
7. Fundo musical durante o culto não pode interferir, desconcentrar, incomodar; use-o com muita inteligência. Ninguém suporta um teclado dedilhado pra lá e pra cá, aleatoriamente. Se for um hino próprio para a ocasião, baixinho, tudo bem, mas notas soltas...nem pensar.
8- A música tem o poder de mobilizar as estruturas mentais.
9- Culto animado não é sinônimo de barulho. Reverência, participação, adoração, comunhão, consagração, dedicação, apontam para o equilíbrio. O templo não é um lugar sombrio, triste, com silêncio sepulcral, é um espaço de alegria, louvor, transformação, decisões.
10- Se você faz parte da equipe de músicos, nunca fique se distraindo e brincando com os instrumentos no altar, após o culto.
“E Quenanias, príncipe dos levitas, tinha cargo de entoar o canto; ensinava-os a entoá-lo, porque era entendido nisso.” 1º livro de Crônicas 15.22.
Ivone Boechat
Obrigado mais uma vez, procure nesse blog as postagens sobre corais, quartetos e por favor, deixe a sua contribuição em cada uma delas... sinta-se a vontade e quanta quiser e puder. Deus a abençoe.
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