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O que me facilitou a
minha aproximação, permanência na igreja evangélica, compreensão
da mais genuína experiência crista foi sem dúvida a música, a boa
música cristã da época. Difícil de ser ouvida fora da igreja, só
os Lps em lojas de artigos evangélicos, ou em pouco programas de
rádio de curta duração em algumas emissoras, algumas de ondas
curtas ( alguém hoje sabe o que é isso? ),algums muitos bons
cantores e grupos musicais que funcionavam como ministérios como
ELO, VENCEDORES POR CRISTO, REBANHÃO, CORAL DA AFE e os adventistas
ARAUTOS DO REI e quartetos batistas semelhantes, além claro do
melhor exemplo d propagadores do Evangelho em nosso país, primeiro a
Família do pastor Rex Humbard e depois o primo do Jerry Lee Lewis,
Jimmy Seaggart.
Havia ainda o cantor com voz de baixo profundo Luiz
de Carvalho dono da gravadora Bom Pastor que teve uma grande e
frutífera expressão, e o primeiro cantor Evangélico a gravar um LP
no Brasil, e a gravar no seu auge com orquestra e o coros completos.
Feliciano Amaral o primeiro a gravar um disco e de estilo mais,
digamos antigo, mas de grande força no evangelismo brasileiro. A
lista e enorme de pessoas e cantores, e canções, aos quais me
furtarei de citá-los no momento.
Com o tempo, o
crescimento e o movimento em cifras, do mercado musical evangélico,
esse passa a ter características profissionais e de direitos muito
semelhantes ao mercado e exercício artístico seculares, como já
era nos EUA, mas aqui, de uma maneira, por um lado mais promissora e
por outro lado mais danosa. A concorrência, a oportunidade de
carreira, a visibilidade e o status fácil de celebridade certamente
contaminaram a produção e veiculação da música cristã
protestante, evangélica, agora denominada superficialmente de
“gospel”.Gospel na verdade é um ritmo e um estilo próprio
dentro da música dos EUA.
Mas voltando ao assunto principal
desse post, a canção cristã seja como “gospel”, “evangélica”,
“cristã”, o que for, só é boa quando composta baseada na
autêntica fé bíblica e calcada na experiência genuinamente
espiritual do autor com Deus. Muitas canções e antigos hinos são
resultado desse fenômeno e permanecem como testemunho a todos os
crentes e às novas gerações, mas uma grande parte, até canções
cantadas, gravadas e compostas por cantores evangélicos
reconhecidos, são compostas na pressa, repetindo-se temas fáceis e
já explorados, para completar repertório em Cds ou para se tornarem
“canções de trabalho”, aquelas que chamam a atenção para o
“artista”, para o seu CD ou DVD e que passam a ser tocadas a
exaustão em rádios, web, alçam grandes vendas e são cantadas até
nas igrejas tal qual sucessos seculares.
Outro fator altamente
negativo é a exposição e as declarações “pastorais” e
“teológicas” desses artistas, fãs clubes, idolatria, e claro
escândalos promovidos por gente crescida na igreja e completamente
despreparada para a visibilidade artística secular. Há ainda o
vício novo da cumplicidade e relação de artistas com denominações
e ministérios, a concorrência entre gravadoras e igrejas, o que fez
muitos artistas da antiga fase, os precursores da boa música
evangélica, ou a abandonarem a música, se desviarem do evangelho e
muitos se venderem ao meio secular, quando esse reconhecendo o
talento dos mesmos, os chama para produções e carreiras claramente
mais lucrativas.
Essa nova classe de cantores e músicos
convertidos apreende a ética de grupo do meio artístico secular e
manifesta os mesmos vícios patéticos, pedidos de mordomias em shows
e eventos e até nas igrejas e PREÇO$!!!
Brigas entre irmãos
na justiça por canções, nomes de grupos, direito de cantar ou não
canções compostas anteriormente, pastores disputando artistas a
peso de ouro para promover suas respectivas igrejas, é o Diabo
deitando e rolando nas barbas de lideres ambiciosos ou no mínimo
abobalhados com um novo cenário nesse que seria e foi e ainda é uma
linguagem tão promissora para anunciar o Evangelho, testemunhar de
Jesus e dar elevo espiritual a quem quer que ouça. Trata-se de uma possibilidade, uma benção, uma liberdade inexistente em tantos países
hoje no mundo. E começamos a estragá-la seriamente no Brasil, quando justamente temos as melhores possibilidades não só de usufruí-la como de de usá-la.
A música cristã como um real privilégio espiritual, é algo negado a tantos crentes melhores que nós no mundo. Países, nações, lugares onde há uma rígida censura ao cristianismo sob todas
as formas. Entretanto o Espírito sopra onde Ele quer, e claro a boa música cristã certamente ( e de fato está ) soprando em outros países junto a outros povos com pureza e força com que já soprou em nosso próprio país, basta ver no leste europeu, cito como exemplo, a Rússia o maior país cristão de todo o mundo, geograficamente falando e a jovem independente, Ucrânia.
Por Helvécio S. Pereira
Essas canções foram colocadas nessa postagem apenas como exemplo de como atravessam o tempo com a mesma expressão e autentica esperança cristã acima de qualquer paixão denominacional ou até teológica específica.
E É JUSTAMENTE DESSE TIPO DE QUALIDADE ESPIRITUAL E ARTÍSTICA DE QUE PRECISAMOS AINDA QUE O ESTILO OU GÊNERO MUSICAL SEJA EVENTUALMENTE DIFERENTE E MAIS COMPREENSÍVEL A CADA CULTURA E ÉPOCA.
Após a perda de competitividade dos artistas de das décadas atrás, os cantores e grupos evangélicos da década passada após grande sucesso e contribuição estão em real declínio, de inspiração e das relações com as igrejas e com o testemunho, e parece que não há mais volta, pois esses últimos dependem das vendas e do sucesso que deve não só se manter mas crescer a cada dia de modo compulsório e nos moldes da música secular.
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